Representantes de Mato Grosso e da Bolívia debatem formas de ampliar relações comerciais  

 

Gás, ureia, infraestrutura e voo internacional foram os principais assuntos de reuniões na última sexta-feira (5), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. O presidente da Associação Pró-Hidrovia Paraguai - Paraná (APH) e presidente do Sindicato Rural de Tangará da Serra, Vanderlei Reck Júnior, foi uma das pessoas que acompanhou o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, para participar do encontro que teve como objetivo aumentar as relações com comércio e integração com o país vizinho.

Gás Natural

Mato Grosso busca com o governo da Bolívia um contrato firme de abastecimento de gás natural. O Estado pleiteia a importação de 4 milhões de metros cúbicos, por dia, do gás boliviano. Durante a reunião com o presidente boliviano Evo Morales, Taques colocou a possibilidade de uma sociedade de uma empresa mato-grossense para garantir a distribuição do gás.

A Bolívia tem uma produção de 58 milhões de metros cúbicos, por dia, através da empresa estatal YPFB. Destes, a maior parte é comprada pela Petrobrás, cerca de 30 milhões. Outros 15 a 17 milhões de metros cúbicos são enviados diariamente para a Argentina, país que já anunciou a intenção de aumentar a compra do gás produzido no Chile, principalmente no inverno, quando falta energia naquele país.

Além disso, o contrato da Petrobrás com o governo boliviano para a importação de gás, através do gasoduto Gásbol, termina em 2019 e o presidente da Petrobras Pedro Parente já garantiu aos governadores que na renovação do contrato o volume de importação será menor, por conta da exploração do pré-sal.

Com isso, abre-se caminho para que os Estados brasileiros possam buscar a compra do excedente de gás que iria para a Petrobras. Mato Grosso e outros quatro Estados (Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) buscam a formalização de contrato para comprar o volume que a Petrobras vai deixar de adquirir.

Pedro Taques destacou que três pontos são essenciais, primeiro um contrato firme, a manutenção de gás suficiente para o funcionamento da usina Mário Covas e também levantou a possibilidade da empresa estatal se tornar sócia de Mato Grosso na distribuição do gás, o que foi bem avaliado pelo presidente Evo Morales.

Por fim, dois grupos de estudos foram montados com a participação de Mato Grosso, o primeiro para debater a questão do gás e um segundo que vai tratar da compra da ureia boliviana por produtores de Mato Grosso. O próximo encontro já foi marcado, será no dia 22 de junho, em Florianópolis (SC).

Logística

Outros dois temas foram tratados no encontro e tidos como primordiais por Mato Grosso para a integração da região. O primeiro é pavimentação de San Matias a San Ignácio, são 315 quilômetros ainda não pavimentados que dificulta a logística entre Cuiabá e a cidade de Santa Cruz de la Sierra. O presidente Evo Morales garantiu ao governador Pedro Taques que essa obra é prioritária para o seu governo. O governador mato-grossense disse que já tratou do tema com o presidente da República, Michel Temer e com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes e ambos demonstraram interesse em contribuir com o governo boliviano no tema.

Taques também entregou ofício ao presidente Evo Morales para cobrar a liberação do voo comercial entre as duas capitais. A empresa Azul Linhas Aéreas aguarda essa liberação para operar voos diários entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra.  

Ureia

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, destacou que Mato Grosso, com sua capacidade de produção, poderia comprar praticamente toda a ureia da Bolívia. O país vizinho produzirá 600 mil toneladas, quantidade semelhante a que os produtores importam para a plantação de milho e algodão. 

"Os bolivianos já têm compromissos internos, já firmou outros compromissos externos. Mas ainda possuem 60% do total da produção para comercialização. Então, ainda sobra uma grande quantidade que pode ir para o mercado brasileiro em geral, inclusive Mato Grosso pode ser um cliente", disse o secretário Ricardo. 

Segundo Ricardo, atualmente o Brasil compra a ureia de países como Catar e Rússia, outra parte é produzida no Brasil, na região de Camaçari, na Bahia. 

O deputado federal Fábio Garcia, que integrou a comitiva do Governo do Estado na Bolívia, destacou que a distância beneficiaria muito os dois países, já que a ureia atualmente vem de longe. Outro ponto que destacou como importante foi a necessidade da pavimentação na ligação entre Cuiabá e Santa Cruz de la Sierra que ajudaria a baixar o valor do frete. 

Representando o setor produtivo, o presidente do Sindicato Rural de Tangará da Serra, Reck Júnior, avaliou positivamente o encontro e lembrou que por ser um grande consumidor, Mato Grosso tem poder de fazer negociações mais favoráveis. "Sabemos também que aqui na Bolívia tem um déficit de soja e podemos ajudar com isso", completou.

Autor: Assessoria de Comunicação
Fonte: Gcom-MT

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